Seu intestino, é o seu segundo cérebro!

Como nossa alimentação pode influenciar para o bem e para o mau a dor crônica?
O alimento é o combustível da máquina do nosso corpo. O que ingerimos influencia diretamente no funcionamento dos nossos órgãos, ossos e processos neurológicos.
Em um artigo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo que analisa pacientes com dores musculoesqueléticas, a disbiose gastrointestinal aparece com frequência entre os pacientes.
O que é disbiose intestinal?
A coleção de bactérias que habitam o trato gastrointestinal é chamada de microbiota intestinal. Quando ocorre o desequilíbrio da flora bacteriana chamamos de disbiose.
Esses pacientes possivelmente apresentam disbiose não só devido ao uso de medicamentos como analgésicos e anti inflamatórios, mas também por outros fatores.
Já é bem conhecida na medicina a relação entre a disbiose e as doenças inflamatórias. Elas ocorrem pelos seguintes ciclos viciosos:
- Destruição de nutrientes
- Inativação de enzimas digestivas
- Desmembração de sais biliares
- Irritantes da mucosa intestinal
- Produção de substâncias pró inflamatórias
Quando ocorre o desequilíbrio da microbiota intestinal é importante retirar alimentos com patógenos, alérgenos e xenobióticos. Mas o que são estes três, talvez você se pergunte!
- Patógenos: contaminados por bactérias, vírus e parasitas
- Alérgenos: causadores de alergias, pois o corpo reconhece tal alimento como um agressor e cria anticorpos gerando resposta imunológica imediata.
- Xenobióticos: Possuem aditivos químicos e metais pesados.
Também torna-se imprescindível inserir enzimas digestivas além de pré e probióticos para restaurar a mucosa intestinal.
Porque isso é importante?
Ocorrendo a destruição da mucosa intestinal é iniciada a produção de substâncias pró inflamatórias capazes de afetar o sistema imune. Já se sabe hoje que a artrite, vasculite e dores musculoesqueléticas tem ligação com esse ciclo
Como a alimentação pode ser seu aliado no combate à dor
É importante lembrar que a alimentação é um complemento para ajudar na saúde, jamais deixe seu tratamento de lado valendo-se somente disso. Converse com seu médico e nutricionista sobre a melhor dieta para o seu caso específico.
A máxima na medicina é ‘a clínica é soberana’. Isso significa que você pode ficar atento a quatro tipos de sinais de inflamação após ingerir alguns alimentos:
- Calor
- Vermelhidão
- Inchaço
- Dor

Se consumir um determinado alimento e perceber algum desses sinais você pode interromper o consumo por 30 dias. Após introduzi-lo novamente na dieta, siga prestando atenção aos sinais. Assim você mesmo, sem exames, consegue verificar como reage a alguns alimentos.
Entre os alimentos com potencial inflamatório bem conhecidos estão:
- Glúten
- Comidas processadas industrialmente
- Refrigerantes
- Margarina
- Açúcar
- Leite

Muitos pacientes relatam uma melhora da dor ao associar o tratamento com uma dieta com alimentos anti inflamatórios tais como:
- Peixes: Salmão, Atum, Cavalinha e Sardinha ricos em Ômega 3
- Nozes, amêndoas e outras castanhas
- Tomate
- Morango, blueberry, abacate, cereja, laranja e maçã
- Folhas verdes como espinafre e o couve
- Temperos naturais como gengibre e açafrão

É importante ressaltar que este texto é informativo. Ele não substitui uma consulta médica para análise da sua dor e também do nutricionista para indicação de uma dieta específica para você. Pois alergias ou intolerâncias são bem particulares e mesmo um alimento anti inflamatório pode causar sensibilidade ou alergias em algumas pessoas.
As informações aqui prestadas não dispensam diagnóstico médico através de consulta
Bibliografia: Artigo Nutrição funcional no paciente com dor crônica, Rev Dor, 2009; 10: 3: 276–285